Carisma
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Todo carisma tem como fonte o Espírito Santo, pois “o Espírito Santo é o princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das diversas partes do corpo. Ele opera de múltiplas maneiras a edificação do corpo inteiro na caridade…” (Catecismo, nº 798).
O carisma é uma característica que distingue o modo de edificação do Corpo da Igreja. Trata-se de um dom do Espírito Santo concedido à Igreja que, ao atuar nos fiéis, os conduz, sob a inspiração do mesmo Espírito, à união com Deus e à salvação das almas.
“Os carismas, extraordinários ou simples e humildes, são graças do Espírito Santo que, direta ou indiretamente, têm uma utilidade eclesial, ordenados como são para a edificação da Igreja, o bem dos homens e as necessidades do mundo.” (Catecismo, nº 799).
Nenhum carisma verdadeiro subsiste fora da Igreja ou sem submissão às autoridades eclesiais. Por isso, a Opus Angelorum está totalmente submetida ao Magistério da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, recebendo dela toda a força para que o carisma recebido de Deus frutifique em seu seio, santificando seus membros e irradiando graças para todo o Corpo Místico de Cristo.
A Obra dos Santos Anjos (abrev.: Obra), também dominada de Opus Sanctorum Angelorum (abrev.: OA), originou-se no Domingo in albis do ano 1949 – atualmente, a festa da Divina Misericórdia – em Innsbruck.
É um dom da graça do Deus uno-e-trino à Igreja através de nosso Senhor Jesus Cristo, pela intercessão de Maria, a Mãe de DEUS sempre Virgem, a Rainha dos Anjos e a Mãe de todos os homens (cf. LG 69).
O padroeiro da Obra é o santo Apóstolo André. São José, o silencioso servo de DEUS, guiado pelos Anjos, e a Cabeça da Sagrada Família, é venerado como “Pai de Família” na OA.
O Carisma da Obra dos Santos Anjos consiste numa colaboração intima dos santos Anjos, unidos a DEUS, e dos homens redimidos, tendendo a DEUS, com o significado e o fim
- de um crescente conhecimento de DEUS e amor a DEUS
- de uma poderosa glorificação de DEUS e
- do empenho comum pela edificação e consolidação do Reino de DEUS na terra.
A OA entende-se a si mesma como uma comunidade de combate com os santos Anjos sob o manto protetor de Maria, a Rainha do Universo e a Mãe dos homens, para o fortalecimento da Santa Igreja, para o apoio do estado sacerdotal e dos consagrados, para a repatriação de toda a criação.
As 4 direções fundamentais da Obra
A Obra dos Santos Anjos quer contribuir para um renovamento espiritual dentro da Santa Igreja Católica com a ajuda dos santos Anjos. O nosso percurso espiritual em união com os santos Anjos realiza-se de modo particular por uma vida vivida nas diretrizes fundamentais da adoração, contemplação, expiação [reparação] e missão.
Adoração
Ela exprime-se no amor pela oração, no diálogo com Deus, na adoração de Jesus na Santíssima Eucaristia, e de maneira especial, na participação, quanto possível, diária na Santa Missa com a comunhão eucarística (cf. SC 48). Queremos viver constantemente na presença de Deus, segundo o exemplo e com a ajuda do santo Anjo da Guarda e, deste modo consagrando “o próprio mundo a Deus, como adoradores, sempre agindo santamente” (LG 34).


Contemplação
É a segunda característica. A meditação e contemplação da Palavra de Deus e das verdades eternas conduz-nos à transformação interior, dispõe e orienta a nossa vida e revela-se na ação.
A contemplação orienta-se sempre, em primeiro lugar, em direção a Deus, ao Reino de Deus, à Palavra de Deus, ao mistério da Cruz. A contemplação diária conduz-nos à paz em Deus, à serenidade de coração e à paz na própria comunidade através do amor verdadeiro em relação aos nossos irmãos (cf. 1Jo 3,16-18).
Os membros da Obra têm uma grande devoção diante da Palavra inspirada de Deus nas Sagradas Escrituras e abraçam, na fé e com espírito filial, a doutrina da Santa Igreja. Acolhem as verdades da fé como luz e modelo de vida. Isto exige a interiorização da Palavra e a sua aplicação na própria vida.
À existência da Palavra de Deus se conecta o grande respeito diante dos mistérios do Amor Divino depositados em forma sacramental no seio da Santa Igreja. Honrar esses mistérios requer um grande temor de Deus, firmeza na fé, também um conhecimento teológico para a defesa da fé.
Expiação
[A Reparação] é a terceira característica. Na Obra, Deus chama os Anjos e os homens para atenderem às necessidades deste tempo, que são principalmente necessidades espirituais. Na verdade, o Anjo na sua visão constante de Deus é capaz, como nenhuma outra pessoa, de orientar e fortalecer a nossa vontade e as nossas capacidades humanas. A expiação assume um papel central no qual queremos interceder e empenhar-nos pelos sacerdotes oprimidos e em situações difíceis. Queremos interceder pelas necessidades dos homens. Os doentes colocam os seus sofrimentos e sua doença no cálice de ouro “pela Santa Igreja” (cf. Cl 1,24).

Com a ajuda dos santos Anjos aprendemos a conhecer sempre melhor a grandeza da obra de salvação, a colocar-nos mais conscientemente no seguimento de Cristo no caminho da cruz e a participarmos na intercessão e expiação pela salvação das almas. A palavra de Jesus na Cruz “Tenho sede” (Jo 19,29) é simultaneamente um apelo para partilhá-la com Jesus.
A Cruz do Salvador está no centro da Santa Igreja e também na Obra dos Santos Anjos. Cada semana é recordada com uma profunda participação na paixão do Senhor, seja na quinta-feira à noite, nas horas da agonia no Jardim das Oliveiras, seja na sexta-feira à tarde, nas horas do suplicio de Jesus na Cruz.

Missão
É a quarta característica da nossa vida em união com os santos Anjos. Para acolher o nosso dever e ajudar onde Deus nos pedir. Hoje em dia toda a humanidade se tornou campo de missão, sacerdotes sobrecarregados e comunidades sem padres esperam por auxílio.
Os Anjos, como indica o seu nome “Angelus”, são mensageiros de Deus, com o “bater das suas asas” de forma rápida e sem hesitação cumprem a Sua vontade (cf. Sl 102,20s).
A sua obediência é o nosso modelo no cumprimento da vontade divina revelada na Sua Palavra e mandamentos, nos deveres do nosso estado de vida, nas ordens de nossos superiores.
E como a sua missão se orienta para a salvação eterna dos homens (cf. Heb 1,14), assim a missão dos membros da Obra se orienta para a salvação das almas, para a edificação da Santa Igreja, para o auxílio em diversas necessidades, especialmente dos sacerdotes e das pessoas consagradas.
A nossa primeira missão é o fiel cumprimento dos nossos deveres na vida quotidiana, e isto queremos fazê-lo com um espírito de sacrifício, promovendo assim a difusão da fé. Santa Teresa de Lisieux é a santa padroeira das missões, não porque trabalhou muito nos países missionários, mas porque, motivada pelo amor à verdade do Evangelho, rezou e ofereceu sacrifícios, para que a luz do Evangelho chegasse a toda a humanidade.